O mundo da urticária, com e sem alergia

Autores

  • Marta Chambel Interno do Internato Médico de Imunoalergologia, Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia - Centro Hospitalar de Lisboa Central.
  • João Antunes Interno do Internato Médico de Imunoalergologia, Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia - Centro Hospitalar de Lisboa Central.
  • Sara Prates Assistente Hospitalar de Imunoalergologia, Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia - Centro Hospitalar de Lisboa Central.

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v27i1.10824

Palavras-chave:

Urticária, Angioedema, Prurido, Alergia, Antagonistas da Histamina

Resumo

A urticária é uma entidade clínica comum a um grupo heterogéneo de doenças, devendo ser entendida como um sintoma e não como uma doença. As lesões cutâneas características são pápulas eritematosas ou com zona central pálida e eritema circundante, pruriginosas, que desaparecem à digitopressão e regridem completamente em menos de 24 horas. Embora na maioria dos casos se apresente de forma isolada, pode acompanhar-se de angioedema. A urticária pode atingir até 25% da população em qualquer momento da vida. A forma aguda (duração inferior a 6 semanas), mais frequente em crianças, é mais prevalente que a forma crónica. Nos casos em que a etiologia é identificada, as infecções, os alimentos e os fármacos são as causas mais frequentes. As picadas de insectos e as doenças sistémicas mais raramente estão implicadas. Na urticária crónica é muito raro o envolvimento de fenómenos de alergia IgE mediada. O recurso a exames auxiliares de diagnóstico deve ser criterioso e sustentado por dados clínicos relevantes, não sendo recomendável a requisição de avaliações analíticas exaustivas. Na sua maioria, os episódios de urticária são de curta duração e resolução espontânea. A urticária aguda tem uma duração média de 7 dias; já a forma crónica tem uma evolução muito variável. No que respeita à terapêutica, a eliminação do agente causal é a abordagem ideal, embora nem sempre possível. O tratamento sintomático de eleição são os antihistamínicos H1 não sedativos, em dosagem superior à habitualmente recomendada. Terapêuticas alternativas podem associar-se a estes fármacos, embora não existam fortes evidências científicas que comprovem a sua eficácia. Em algumas situações é importante referenciar a consulta especializada (Dermatologia ou Imunoalergologia); são exemplo as situações IgE mediadas (alergia alimentar ou medicamentosa), ausência de resposta à terapêutica optimizada ou alterações sugestivas de doença sistémica.

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Publicado

2011-01-01

Como Citar

Chambel, M., Antunes, J., & Prates, S. (2011). O mundo da urticária, com e sem alergia. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 27(1), 84–94. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v27i1.10824