Alimentar a vida ou sustentar a morte? Uma reflexão em equipa partindo de um caso clínico

Autores

  • Sofia Esquível Interna de Medicina Geral e Familiar na Unidade de Saúde Familiar Lagoa – Unidade Local de Saúde de Matosinhos
  • Joana Filipa Sampaio Interna de Medicina Geral e Familiar na Unidade de Saúde Familiar Lagoa – Unidade Local de Saúde de Matosinhos
  • Cristiana Teixeira da Silva Assistente Graduada e Orientadora de Formação de Medicina Geral e Familiar na Unidade de Saúde Familiar Lagoa – Unidade Local de Saúde de Matosinhos

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v30i1.11243

Palavras-chave:

Demência Avançada, Sonda Nasogástrica, Desnutrição, Estado Funcional, Sobrevida

Resumo

O uso da hidratação e nutrição artificial em doentes nos estádios finais de demência é um assunto controverso. Este tópico vai tornar-se cada vez mais importante, uma vez que a prevalência de demência vai continuar a aumentar com o envelhecimento da população e com a melhoria dos cuidados de saúde. Nos estádios mais avançados desta doença, os pacientes são incapazes de deambular ou de se alimentarem, ficando com incontinência, afasia e com importante perda da capacidade de relação. Ao serem confrontadas com um caso de demência terminal e disfagia, as autoras procuraram na literatura a melhor técnica de nutrição da doente. A decisão da inserção de uma sonda nasogástrica (SNG) ou gastrostomia percutânea endoscópica (PEG) constitui uma das mais difíceis decisões para os profissionais de saúde e familiares do idoso com demência avançada. Os estudos revistos não conseguiram comprovar que a alimentação artificial seja vantajosa na fase terminal da doença. A colocação de um tubo de alimentação (PEG ou SNG) nestes pacientes parece não acrescentar benefício para prevenir úlceras de pressão ou desnutrição e não mostrou aumento da sobrevida. Pelo contrário, esta intervenção pode diminuir a qualidade de vida por alterar a rotina de alimentação e por poder implicar a imobilização ou sedação do doente para que não retire o tubo. As diferentes técnicas de alimentação deverão ser explicadas aos familiares para os capacitar a intervir na tomada de decisão, permitindo que o doente alcance a melhor qualidade de vida possível nos seus últimos dias. São necessários mais estudos para que os riscos e benefícios da entubação de um paciente fiquem clarificados, assim como as vantagens e desvantagens de cada método.

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Publicado

2014-01-01

Como Citar

Esquível, S., Sampaio, J. F., & Silva, C. T. da. (2014). Alimentar a vida ou sustentar a morte? Uma reflexão em equipa partindo de um caso clínico. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 30(1), 44–9. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v30i1.11243

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