Determinantes de incapacidade temporária para o trabalho de longa duração - Estudo INCIT

Autores

  • Joana Costa Gomes Interna de Medicina Geral e Familiar, USF Lagoa, ULS Matosinhos. Instituto de Saúde Pública da Universidade de Porto.
  • Alexandra Sousa Interna de Medicina Geral e Familiar, USF Oceanos, ULS Matosinhos
  • Ana Isabel Ribeiro Interna de Medicina Geral e Familiar, USF Oceanos, ULS Matosinhos
  • Filipa Silva Interna de Medicina Geral e Familiar, USF Dunas, ULS Matosinhos
  • Mara Galhardo Interna de Medicina Geral e Familiar, USF Dunas, ULS Matosinhos
  • Sofia Esquível Interna de Medicina Geral e Familiar, USF Lagoa, ULS Matosinhos
  • Teresa Maia Fernandes Interna de Medicina Geral e Familiar, USF Infesta, ULS Matosinhos

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v29i3.11068

Palavras-chave:

Absentismo Laboral, Fatores Epidemiológicos, Estudo de Casos e Controlos

Resumo

Objetivos: Este trabalho pretende avaliar determinantes sociodemográficos, laborais e patológicos de ausência laboral prolongada. Tipo de estudo: Caso-controlo prospetivo Local: Unidade Local de Saúde de Matosinhos População: Foram considerados casos indivíduos entre os 18 e os 65 anos que se encontravam com Certificado de Incapacidade Temporária (CIT) há pelo menos 30 dias por doença natural. Os controlos foram selecionados aleatoriamente, emparelhados por médico de família. Métodos: Recolheu-se informação relativa a variáveis sociodemográficas e patológicas (cirurgia recente, patologia psiquiátrica, patologia osteoarticular e doença oncológica) e aplicaram-se duas escalas (APGAR Familiar e a Escala de Satisfação no Trabalho). Calcularam-se Odds Ratio (OR) ajustados para género, idade e escolaridade e respetivos Intervalos de Confiança (IC) a 95% para estimar a associação entre estes determinantes e possibilidade de estar com CIT prolongado. Resultados: Durante o período de estudo foi emitido CIT prolongado a 76 indivíduos, para os quais foram aleatoriamente selecionados 76 controlos. Cerca de 56% dos casos e 62% dos controlos eram homens, sem diferenças significativas entre géneros. A idade média dos casos foi superior à dos controlos (50,0 versus 42,5; p < 0,001) e os casos eram em geral menos escolarizados (p < 0,001). Constatou-se que mais casos exerciam profissões de colarinho azul (p = 0,001) e obtiveram pontuações mais baixas no APGAR Familiar (p = 0,008). Verificou-se ainda um aumento da possibilidade de CIT prolongado na presença de patologia osteoarticular (OR 6,14; IC 95% 2,79 - 13,48), oncológica (OR 4,62; IC 95% 1,18 - 18,08) e psiquiátrica (OR 5,21; IC 95% 2,14 - 12,70) e cirurgia recente (OR 14,49; IC 95% 3,83 - 54,80). Conclusões: Este trabalho poderá auxiliar os médicos de família a identificar os indivíduos mais vulneráveis ao absentismo laboral prolongado, para permitir implementação de medidas preventivas custo-efetivas que permitam reduzir o impacto pessoal, familiar e social e os custos que lhe estão associados.

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Publicado

2013-05-01

Como Citar

Gomes, J. C., Sousa, A., Ribeiro, A. I., Silva, F., Galhardo, M., Esquível, S., & Fernandes, T. M. (2013). Determinantes de incapacidade temporária para o trabalho de longa duração - Estudo INCIT. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 29(3), 162–70. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v29i3.11068

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