Perfil terapêutico da hipertensão na Rede Médicos Sentinela – 12 anos depois

Autores

  • Diana Souto Farmacêutica, Centro de Estudos e Avaliação em Saúde
  • José Augusto Simões Médico Sentinela, USF Marquês de Marialva, Cantanhede
  • Carla Torre Farmacêutica e Epidemiologista, Centro de Estudos e Avaliação em Saúde
  • Zilda Mendes Estatística, Centro de Estudos e Avaliação em Saúde
  • Isabel Marinho Falcão Médica de Medicina Geral e Familiar, Direcção-Geral da Saúde
  • Fernando Ferreira Médico Sentinela, USF de Sto. André de Canidelo, Vila Nova de Gaia
  • Ana da Costa Miranda Médica Epidemiologista, Centro de Estudos e Avaliação em Saúde
  • Carlos Matias Dias Médico de Saúde Pública, Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e Escola Nacional de Saúde Pública Universidade Nova de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v29i5.11162

Palavras-chave:

Hipertensão, Perfil de Prescrição Médica, Uso Terapêutico, Médicos de Cuidados de Saúde Primários

Resumo

Objectivos: Determinar o perfil terapêutico da hipertensão arterial na Rede de Médicos Sentinela e comparar os resultados obtidos, 12 anos após a realização do primeiro estudo. Tipo de estudo: Estudo transversal. Local: Rede de Médicos Sentinela de Portugal. População: Doentes hipertensos com mais de 18 anos das listas dos médicos sentinela que se deslocaram à consulta entre 7 de Junho de 2010 e 31 de Dezembro de 2010. Métodos: Os médicos sentinela participantes recolheram informação dos doentes hipertensos, informação essa que contemplou a caracterização sociodemográfica, a caracterização da patologia (data de diagnóstico, forma de hipertensão, danos em órgão-alvo e morbilidade associada) e a caracterização da terapêutica instituída. Resultados: Foram incluídos 616 hipertensos no estudo. Comparativamente ao primeiro estudo (1998), verificou-se um ligeiro aumento da idade média dos participantes (62,0 anos em 1998 vs 64,3 anos em 2010), mantendo-se o predomínio do sexo feminino. A duração média da hipertensão desde o momento do diagnóstico aumentou significativamente (p < 0,0001). Aproximadamente metade dos hipertensos apresentou danos em órgãos-alvos em ambos os momentos, sendo a doença cardíaca o dano mais frequente. As patologias associadas mais frequentes foram a dislipidemia, a hiperuricemia e a diabetes. De 1998 para 2010, a proporção de doentes em monoterapia diminuiu (47,6% vs 30,3%), sendo os inibidores da enzima da conversão da angiotensina a classe terapêutica mais frequentemente prescrita em monoterapia nos dois momentos. Em 1998, o padrão de tratamento mais frequentemente prescrito foram inibidores da enzima da conversão da angiotensina em monoterapia (24,3%) e em 2010 foi a associação de antagonistas dos receptores da angiotensina + diuréticos tiazídicos (15,4%). Conclusões: Os fármacos que actuam no eixo renina-angiotensina-aldosterona foram, neste estudo, os mais frequentemente prescritos em ambos os momentos, tanto em monoterapia como em politerapia. O número de anti-hipertensores prescritos diferiu entre os dois momentos de acordo com a existência e tipo de comorbilidade.

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Publicado

2013-09-01

Como Citar

Souto, D., Simões, J. A., Torre, C., Mendes, Z., Falcão, I. M., Ferreira, F., Miranda, A. da C., & Dias, C. M. (2013). Perfil terapêutico da hipertensão na Rede Médicos Sentinela – 12 anos depois. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 29(5), 286–96. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v29i5.11162

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