O que sabem os utentes sobre antibióticos: um estudo de investigação em duas Unidades de Saúde Familiar

Autores

  • Helena Luísa Lopes USF das Conchas
  • João Brites Pereira USF Ars Médica
  • Manuela R. Carvalho USF Ars Médica

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v31i4.11552

Palavras-chave:

Antibióticos, Conhecimento, Utentes

Resumo

Objetivo: Caracterizar os conhecimentos dos utentes de duas Unidades de Saúde Familiar (USF) acerca da utilização de antibióticos. Tipo de estudo: Estudo observacional e transversal, com componente analítica. Local: USF das Conchas e Ars Médica. População: Utentes inscritos nas USF das Conchas e Ars Médica com 18 ou mais anos de idade (n=20.776). Métodos: Questionário anónimo aplicado a uma amostra de 380 utentes. Variáveis medidas: idade, sexo, escolaridade, nacionalidade, existência de filhos menores de 18 anos, conhecimentos sobre o uso de antibióticos e sua utilização sem prescrição médica. Resultados: A maioria era do sexo feminino (68,95%), tinha pelo menos o 12.o ano e nacionalidade portuguesa. Média de idades de 46 anos. Menos de metade tinha filhos menores de 18 anos (42,37%). A maioria (65,26%) respondeu que os antibióticos não servem para tratar tosse, dores no corpo, dor de garganta e «nariz a pingar» com a duração de cinco dias e 63,42% responderam que os antibióticos servem para tratar infeções causadas por bactérias. Menos de metade (48,98%) refere que os antibióticos não ajudam a recuperar mais rápido de uma gripe ou constipação. A maioria (67,89%) identificou a utilização de antibióticos como origem de infeções resistentes. No entanto, 17,11% dos utentes já tomou antibióticos sem prescrição médica. Verificou-se uma correlação fraca positiva entre a escolaridade e o número de respostas certas (rs=0,328). Os utentes que não se automedicaram responderam mais corretamente às questões (teste de Mann-Whitney p=0,002). Conclusão: Em geral, os utentes demonstraram conhecimentos superiores aos descritos na literatura portuguesa, possivelmente por se tratar de uma amostra com elevada escolaridade. A prevalência de automedicação esteve de acordo com os dados da literatura. Este estudo permitiu melhorar a perceção sobre os conhecimentos dos utentes em relação ao uso de antibióticos, bem como alertar para a automedicação como um problema de elevada prevalência.

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Publicado

2015-07-01

Como Citar

Lopes, H. L., Pereira, J. B., & Carvalho, M. R. (2015). O que sabem os utentes sobre antibióticos: um estudo de investigação em duas Unidades de Saúde Familiar. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 31(4), 248–54. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v31i4.11552