Sinais e sintomas em Unidades de Cuidados Continuados Integrados: um estudo em duas unidades de média duração e reabilitação

Autores

  • Raquel Maria Armindo Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Portugal
  • Marília Dourado Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra http://orcid.org/0000-0002-5003-4722

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v38i2.13235

Palavras-chave:

Sinais, Sintomas, RNCCI, Unidade de Média Duração e Reabilitação

Resumo

Objetivos: Caracterizar o perfil sociodemográfico e de sinais e sintomas dos doentes internados em Unidades de Média Duração e Reabilitação (UMDR) da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e refletir sobre a adequação da referenciação para este tipo de unidades.

Métodos: Estudo quantitativo, descritivo, transversal, observacional e retrospetivo, realizado em duas UMDR do distrito de Leiria, com análise dos registos clínicos de todos os utentes internados de julho a dezembro de 2019, com recolha de dados sociodemográficos, dos diagnósticos principais e dos sinais e sintomas apresentados durante o internamento, com recurso à Classificação Internacional de Cuidados de Saúde Primários (ICPC-2). Foi feita a análise estatística descritiva usando o programa informático Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), v. 27.0.

Resultados: Os doentes (n=141), predominantemente do sexo feminino, com média de idades de 78 anos, estiveram internados em média 3,1 meses (mínimo 10 dias, máximo oito meses). Os diagnósticos mais prevalentes foram: doença cerebral vascular aguda (28,4%), fratura do colo do fémur (16,3%), pneumonia adquirida na comunidade (5,7%) e fratura do trocânter (4,3%). Os sinais e sintomas mais prevalentes recaíram sobre os aparelhos/sistemas: musculoesquelético, nervoso/psicológico, pele, urinário, gastrointestinal, respiratório, circulatório e endócrino.

Conclusões: Os sinais e sintomas recolhidos enquadram-se nas patologias mais frequentes e são alvo de tratamento farmacológico e/ou não farmacológico. De acordo com os diagnósticos mais prevalentes, os doentes são encaminhados para programas de reabilitação, base das UMDR. O facto de a maioria dos doentes ficar internada por um período médio de três meses significa que se atingem os objetivos propostos para o internamento e que as intercorrências são, na sua maioria, resolvidas, o que permitiu a alta para o domicílio. Neste contexto conclui-se que, no geral, a referenciação é efetuada de forma adequada.

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Publicado

2022-04-29

Como Citar

Armindo, R. M., & Dourado, M. (2022). Sinais e sintomas em Unidades de Cuidados Continuados Integrados: um estudo em duas unidades de média duração e reabilitação. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 38(2), 158–70. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v38i2.13235