Asma na adolescência: avaliação da qualidade de vida e dos principais fatores de risco

Autores

  • Íris Santos Silva ULS Guarda http://orcid.org/0000-0002-8138-8056
  • Catarina Macedo Francisco ULS Guarda
  • Joana Filipe Ribeiro ULS Guarda
  • João Virtuoso ULS Guarda
  • Pedro Guerra ULS Guarda
  • Rita S. Oliveira ULS Guarda

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v38i5.13315

Palavras-chave:

Asma, Qualidade de vida, Adolescentes

Resumo

Introdução: A asma é uma doença heterogénea, com uma prevalência estimada de 9% nos adolescentes. Os adolescentes asmáticos, para além de lidarem com os sintomas físicos, podem também debater-se com problemas sociais e emocionais, devido à incapacidade de acompanhar os seus pares em ambientes onde possam existir fatores desencadeantes da doença.

Objetivo: Avaliar a perceção da qualidade de vida (QoL) em adolescentes asmáticos seguidos em consulta de alergologia pediátrica num hospital de nível II. 

Método: Estudo transversal, englobando doentes asmáticos entre os 10 e os 17 anos, observados em consulta de alergologia pediátrica. Foi feita a caracterização da doença e pesquisados fatores de risco e comorbilidades associadas. Posteriormente aplicou-se o Questionário de Qualidade de Vida na Asma Pediátrica (PAQLQ).

Resultados: Foram avaliados 41 adolescentes, 68,3% do sexo masculino, com idade média de 13,1±2,0 anos. Nenhum doente apresentava asma grave e 13 (31,7%) tinham asma moderada. A asma não estava controlada em 11 (26,8%) doentes e 33 (80,5%) apresentavam provas de função respiratória (PFR) normais. Os adolescentes com asma controlada apresentaram maior pontuação em todos os domínios do questionário, sendo a diferença estatisticamente significativa (p<0,05). A gravidade da asma e a presença de alterações na PFR relacionaram-se com pior pontuação total do PAQLQ e nos domínios «sintomas» e «emocional» (p<0,05). Relativamente aos fatores de risco, o valor do FeNO e a obesidade, para o domínio «sintomas», e a ansiedade, para os domínios «emocional» e «sintomas», relacionaram-se com um agravamento estatisticamente significativo (p<0,05) da QoL.

Conclusões: A QoL está diretamente relacionada com o nível de controlo e gravidade da asma. O uso de um questionário em português, que permite avaliar a QoL, pode ser uma ferramenta útil, quer no incentivo dos adolescentes ao cumprimento da terapêutica quer na orientação do profissional de saúde sobre o seu trabalho.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Íris Santos Silva, ULS Guarda

Interna no Serviço de Pediatria do Hospital Sousa Martins ULS Guarda

Catarina Macedo Francisco, ULS Guarda

Interna no Serviço de Pediatria do Hospital Sousa Martins ULS Guarda

Joana Filipe Ribeiro, ULS Guarda

Interna no Serviço de Pediatria do Hospital Sousa Martins ULS Guarda

João Virtuoso, ULS Guarda

Interno no Serviço de Pediatria do Hospital Sousa Martins ULS Guarda

Pedro Guerra, ULS Guarda

Especialista no Serviço de Pediatria do Hospital Sousa Martins ULS Guarda

Rita S. Oliveira, ULS Guarda

Especialista no Serviço de Pediatria do Hospital Sousa Martins ULS Guarda

Referências

Global Initiative for Asthma. Global strategy for asthma management and prevention: updated 2019 [homepage]. GIA; 2019. Available from: https://ginasthma.org/wp-content/uploads/2019/06/GINA-2019-main-report-June-2019-wms.pdf

Aaron SD, Boulet LP, Reddel HK, Gershon AS. Underdiagnosis and overdiagnosis of asthma. Am J Respir Crit Care Med. 2018;198(8):1012-20.

Pinto JR, Cadete A, Medeira A, Marques L. ISAAC (International Study of Asthma and Allergies in Childhood): 20 anos em Portugal. Acta Pediatr Port. 2011;42(5 Suppl 2):s25-48.

Busse WW, Lemanske Jr RF, Gern JE. Role of viral respiratory infections in asthma and asthma exacerbations. Lancet. 2010;376(9743):826-34.

Patel SJ, Teach SJ. Asthma. Pediatr Rev. 2019;40(11):549-67.

National Asthma Education and Prevention Program Coordinating Committee Expert Panel Working Group. 2020 Focused updates to the asthma management guidelines [homepage]. Washington: U.S. Department of Health and Human Services; 2020. Available from: https://www.nhlbi.nih.gov/resources/2020-focused-updates-asthma-management-guidelines

Azmeh R, Greydanus DE, Agana MG, Dickson CA, Patel DR, Ischander MM, et al. Update in pediatric asthma: selected issues. Dis Mon. 2020;66(4):100886.

Caudri D, Wijga AH, Hoekstra MO, Kerkhof M, Koppelman GH, Brunekreef B, et al. Prediction of asthma in symptomatic preschool children using exhaled nitric oxide, Rint and specific IgE. Thorax. 2010;65(9):801-7.

Haccuria A, Michils A, Michiels S, Van Muylem A. Exhaled nitric oxide: a biomarker integrating both lung function and airway inflammation changes. J Allergy Clin Immunol. 2014;134(3):554-9.

The Worth Health Organization Quality of Life assessment (WHOQOL): position paper from the World Health Organization. Soc Sci Med. 1995;41(10):1403-9.

Collins JE, Gill TK, Chittleborough CR, Martin AJ, Taylor AW, Winefield H. Mental, emotional, and social problems among school children with asthma. J Asthma. 2008;45(6):489-93.

Basharat S, Jabeen U, Zeeshan F, Bano I, Bari A, Rathore AW. Adherence to asthma treatment and their association with asthma control in children. J Pak Med Assoc. 2018;68(5):725-8.

Juniper EF. How important is quality of life in pediatric asthma? Pediatr Pulmonol Suppl. 1997;15:17-21.

La Scala CS, Naspitz CK, Solé D. Adaptação e validação do Pediatric Asthma Quality of Life Questionnaire (PAQLQ-A) em crianças e adolescentes brasileiros com asma [Adaptation and validation of the Pediatric Asthma Quality of Life Questionnaire (PAQLQ) in Brazilian asthmatic children and adolescents]. J Pediatr (Rio J). 2005;81(1):54-60. Portuguese

Koolen BB, Pijnenburg MW, Brackel HJ, Landstra AM, van den Berg NJ, Merkus PJ, et al. Comparing Global Initiative for Asthma (GINA) criteria with the Childhood Asthma Control Test (C-ACT) and Asthma Control Test (ACT). Eur Respir J. 2011;38(3):561-6.

Miller MR, Hankinson J, Brusasco V, Burgos F, Casaburi R, Coates A, et al. Standardisation of spirometry. Eur Respir J. 2005;26(2):319-38.

Quanjer PH, Stanojevic S, Cole TJ, Baur X, Hall GL, Culver BH, et al. Multi-ethnic reference values for spirometry for the 3-95-yr age range: the global lung function 2012 equations. Eur Respir J. 2012;40(6):1324-43.

Rao DR, Phipatanakul W. An overview of fractional exhaled nitric oxide and children with asthma. Expert Rev Clin Immunol. 2016;12(5):521-30.

La Scala CS. Qualidade de vida em asmáticos: avaliação de instrumento para uso em crianças e adolescentes [Quality of life in asthmatics: an evaluation of an instrument to use in children and adolescents]. Rev Bras Alergia Imunopatol. 2005;28(1):32-8. Portuguese

Sarria EE, Rosa RC, Fischer GB, Hirakata VN, Rocha NS, Mattiello R. Field-test validation of the Brazilian version of the Paediatric Asthma Quality of Life Questionnaire. J Bras Pneumol. 2010;36(4):417-24.

Netz M, Fedele DA, Sweenie R, Baker D, Light M, McQuaid EL. Asthma management responsibility, control, and quality of life among emerging adolescents. J Pediatr Psychol. 2020;45(1):40-9.

Furtado PR, Maciel ÁC, Barbosa RR, Silva AA, Freitas DA, Mendonça KM. Association between quality of life, severity of asthma, sleep disorders and exercise capacity in children with asthma: a cross-sectional study. Braz J Phys Ther. 2019;23(1):12-8.

Li Z, Huang IC, Thompson L, Tuli S, Huang SW, DeWalt D, et al. The relationships between asthma control, daytime sleepiness, and quality of life among children with asthma: a path analysis. Sleep Med. 2013;14(7):641-7.

Williams B, Powell A, Hoskins G, Neville R. Exploring and explaining low participation in physical activity among children and young people with asthma: a review. BMC Fam Pract. 2008;9:40.

Ye G, Baldwin DS, Hou R. Anxiety in asthma: a systematic review and meta-analysis. Psychol Med. 2021;51(1):11-20.

Downloads

Publicado

2022-11-09

Como Citar

Silva, Íris S., Francisco, C. M., Ribeiro, J. F., Virtuoso, J., Guerra, P., & Oliveira, R. S. (2022). Asma na adolescência: avaliação da qualidade de vida e dos principais fatores de risco. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 38(5), 452–9. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v38i5.13315