Insatisfação profissional em medicina geral e familiar: um problema intrínseco dos médicos...

Autores

  • Alberto Hespanhol Professor Auxiliar Convidado do Departamento de Clínica Geral da Faculdade de Medicina do Porto e Director do Centro de Saúde de Espinho;
  • A. Costa Pereira Professor Associado e Director do Serviço de Bioestatística e Informática Médica da Faculdade de Medicina do Porto;
  • A. Sousa Pinto Professor Catedrático e Presidente do Departamento de Clínica Geral da Faculdade de Medicina do Porto

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v16i3.9792

Palavras-chave:

Satisfação Profissional, Clínica Geral, Medicina Familiar

Resumo

Objectivo: Avaliar a satisfação profissional entre os médicos de Medicina Geral e Familiar (MGF) e factores com ela associados. Tipo de Estudo: Inquérito transversal. População: Todos os médicos de MGF da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos que estavam inscritos no Colégio da Especialidade em 1993 (n = 1097). Métodos: Em Fevereiro de 1994, enviámos um questionário postal e anónimo de auto-resposta que incluía um grupo de 21 questões sobre satisfação profissional, as quais deviam ser respondidas em escalas Likert de 5 categorias. Posteriormente, procedemos ao estudo dos não-respondentes por contacto telefónico. Resultados: Não se encontraram diferenças estatisticamente significativas entre os 326 respondentes e os 59 não-respondentes posteriormente estudados. Globalmente, 47% dos 385 CGs participantes neste inquérito manifestaram-se insatisfeitos com o seu trabalho. Os aspectos do exercício da profissão referidos por mais de 50% dos médicos como causadores de insatisfação foram o baixo vencimento (82%), a impossibilidade de usar técnicas evoluídas (82%), o pouco reconhecimento pela sua dedicação ao trabalho (60%), o modo como é administrada a sua unidade de saúde (57%), a monotonia do seu trabalho (55%), as possibilidades que têm para ajudar os utentes e as horas de trabalho (53%). Por outro lado, as questões que foram referidas como causando uma maior satisfação (mais de 80% declararam-se satisfeitos) foram o procurar ouvir (87%), conhecer (84%) e ajudar (83%) os problemas dos utentes. Encontraram-se diferenças estatisticamente significativas no grau referido de insatisfação relativamente a características socio-demográficas (por exemplo: sexo, idade e estado civil) e profissionais (por exemplo: grau e número de anos de carreira, tipo de regime de trabalho, número de consultas ou rendimento familiar) destes médicos. Conclusões: Os factores mais responsáveis pela insatisfação profissional dos médicos de MGF são de natureza extrínseca, ou seja, relativos a deficientes condições de trabalho existentes na profissão.

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Publicado

2000-05-01

Como Citar

Hespanhol, A., Pereira, A. C., & Pinto, A. S. (2000). Insatisfação profissional em medicina geral e familiar: um problema intrínseco dos médicos. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 16(3), 183–99. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v16i3.9792

Edição

Secção

Investigação Original

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