Um caso de midríase episódica benigna

Autores

  • Rita Ferreira Médica Interna de Medicina Geral e Familiar na USF das Ondas
  • Margarida Moreira Médica Interna de Medicina Geral e Familiar na USF das Ondas
  • Cristiana Martins Médica Interna de Medicina Geral e Familiar na USF das Ondas
  • Luís Gomes Assistente de Medicina Geral e Familiar, USF Esposende Norte

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v31i3.11528

Palavras-chave:

Anisocoria, Midríase

Resumo

Introdução: A anisocoria é um sinal de alarme que deve sempre implicar a exclusão de patologia neurológica grave, mas pode também ser a tradução de uma condição benigna e autolimitada, como o bloqueio colinérgico do esfíncter da pupila por exposição a substâncias parassimpaticolíticas ou quadros raros como a midríase episódica benigna. Descrição do caso: Homem de 22 anos, agricultor, natural e residente em Aguçadoura. Pertencente a família nuclear, na fase I do ciclo de Duvall e classe média-alta de Graffar. Sem antecedentes pessoais ou familiares de relevo. Sem medicação habitual. Apresentou-se na Consulta Aberta em junho de 2014 com um quadro de diminuição da acuidade visual e “sensação de visão enevoada” (sic) à direita. Negava história de contacto com tóxicos. Ao exame objetivo apresentava midríase unilateral à direita e diminuição dos reflexos pupilares fotomotores e do reflexo acomodação-convergência homolateral. Sem alterações dos movimentos extrínsecos dos olhos ou do posicionamento palpebral bilateral. Sem outras alterações ao exame físico. Foi referenciado ao serviço de urgência de oftalmologia onde realizou exame oftalmológico completo, testes farmacológicos, tomografia computorizada cerebral e angioressonância (angioRM) cerebral, que não apresentaram alterações. Comentário: A ausência de outros sinais ou sintomas neurológicos, de alterações na angioRM e de contacto com tóxicos aponta para uma situação de midríase episódica benigna. Trata-se de um quadro raro, cuja fisiopatologia parece estar relacionada com disfunção autonómica. É importante que o médico de família tenha conhecimento da sua existência, saiba fazer um correto exame e oriente adequadamente o doente para exclusão de outros diagnósticos diferenciais com diferentes prognósticos, tranquilizando e vigiando posteriormente o doente no que diz respeito à benignidade desta entidade e antecipando a possibilidade de recorrências.

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Publicado

2015-05-01

Como Citar

Ferreira, R., Moreira, M., Martins, C., & Gomes, L. (2015). Um caso de midríase episódica benigna. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 31(3), 221–4. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v31i3.11528

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