Prescrição de antibacterianos em clínica geral: um estudo na rede médicos-sentinela

Autores

  • José Marinho Falcão Observatório Nacional de Saúde, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
  • Ana Maria Pisco Centro de Saúde das Caldas da Rainha
  • José Augusto Simões Centro de Saúde de Góis
  • Isabel Marinho Falcão Observatório Nacional de Saúde, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
  • Zilda Paulo Pimenta Observatório Nacional de Saúde, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
  • Baltazar Nunes Observatório Nacional de Saúde, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v19i4.9954

Palavras-chave:

Antibacterianos, Prescrição, Terapêutica, Médicos de Família, Rede Médicos-Sentinela

Resumo

Objectivos: O estudo visou estudar o padrão de utilização de antibacterianos (AB) em Clínica Geral/Medicina Familiar. Material e Métodos: Este estudo foi realizado no âmbito da Rede Médicos-Sentinela (MS). Esta é um sistema de informação constituído por um conjunto de médicos de clínica geral/medicina familiar(MS) que permite obter estimativas de base populacional, uma vez que é conhecida a composição das listas de utentes dos respectivos médicos. A notificação dos actos de prescrição de AB decorreu durante o ano de 2001. Foram calculados índices de frequência anual da prescrição (nANTI = no de prescrições de AB por 1.000 indivíduos), e de episódios de doença com prescrição (nEPI = no de episódios por 1.000 indivíduos), com desagregação por idade, sexo e tipo de doença. Resultados: Foram estudadas 12.184 prescrições de AB, correspondentes a 11.982 episódios de doença. Globalmente, a frequência da prescrição anual foi de 93,2 prescrições por 1.000 indivíduos. As penicilinas foram os AB mais frequentemente prescritos (nANTI=44.2/1.000), seguindo-se os macrólidos (14,4/1.000) e as quinolonas (14,2/1.000). O valor mais elevado, que ocorreu no grupo etário menor de 5 anos (233,4/1.000), decresceu consistentemente até ao grupo 35-44 anos (72,4/1.000) e voltou a subir nos grupos seguintes. O padrão de distribuição, por grupo etário, foi substancialmente diferente no que respeita às quinolonas e aos anti-sépticos e anti-infecciosos urinários. Globalmente, foram identificadas diferenças entre os sexos, sendo a frequência de prescrição mais elevada no sexo feminino (111,3/ 1.000) do que no sexo masculino (73,3/1.000). Essa diferença foi verificada em todos os grupos de AB. Os episódios de doença do aparelho respiratório foram os mais frequentes (nEPI=49,0/1.000 indivíduos), seguindo-se os do aparelho urinário (15.0/1.000), da pele (9,7/1.000), dos ouvidos (7,4/1.000) e do aparelho digestivo (6,8/1.000). Discussão: O elevado número de prescrições estudadas permitiu caracterizar, com apreciável detalhe, a utilização dos vários antibacterianos. No entanto, as estimativas poderão estar afectadas por alguns potenciais viezes que, eventualmente, tenderão a gerar estimativas, subavaliadas, dos valores dos índices.

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Publicado

2003-07-01

Como Citar

Falcão, J. M., Pisco, A. M., Simões, J. A., Falcão, I. M., Pimenta, Z. P., & Nunes, B. (2003). Prescrição de antibacterianos em clínica geral: um estudo na rede médicos-sentinela. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 19(4), 315–29. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v19i4.9954

Edição

Secção

Investigação Original

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